Um grupo de Alcofrenses, em
parceria com a Câmara Municipal de Vouzela, Junta de Freguesia e Casa do Povo
de Alcofra, decidiram realizar um conjunto de iniciativas que pretendem evocar,
no 70.º aniversário da atribuição do Prémio Nobel da Medicina a Egas Moniz, a
sua íntima ligação a Alcofra e à região.
Em 13 de dezembro de 1953, após
homenagem pública a sua mãe, D. Maria do Rosário de Almeida e Sousa Abreu, Egas
Moniz enviou um telegrama dirigido à Junta de Freguesia de Alcofra, com o
seguinte teor “Alcofra venera e recorda hoje nome minha santa mãe.
Profundamente grato peço honra de me considerarem Alcofrense”.
Em reunião extraordinária da Junta
da Freguesia, para o efeito convocada em 17 desse mesmo mês, foi proclamado
“Cidadão Alcofrense”. Ao longo da vida, Egas Moniz, nunca escondeu as suas
raízes “caramulanas”, tendo efetuado, com regularidade, visitas à freguesia e à
região, existindo livros autografados com dedicatória á biblioteca escolar, com
data de 1954.
D. Maria do Rosário de Almeida e
Sousa Abreu nasceu em Vilarinho do Bairro, Anadia, em casa dos avós maternos,
pois estes encontravam-se com saúde debilitada, mas viveu e cresceu em Alcofra,
filha de Rafael Henriques de Almeida e Sousa (o Rafael da Quinta do Carril) e
de Joana Pereira da Conceição; seu pai, Rafael, foi um destemido guerrilheiro
da guerra da Patuleia, comandante de da 7.ª companhia do Batalhão Móvel da
Beira Alta, às ordens da Junta Provisória do Governo Supremo do Reino.
É uma figura mítica da história
local e regional, tendo sido consistentemente referido em publicações locais e
regionais, bem como em “notas
biográficas” e no livro “A Nossa
Casa” da autoria de Egas Moniz. Permanece enraizada no imaginário coletivo
da nossa comunidade a mítica fuga de Rafael Henriques de Almeida e Sousa, logo
após a vitória das forças governamentais, ao cerco que estas montaram à “Quinta
do Carril”, onde habitava.
Do programa das iniciativas supras
mencionadas, a realizar em 2019, está prevista a realização de uma sessão
solene, uma exposição evocativa, a realização de jornadas científicas, a realização
de jornadas da juventude e a recriação história da fuga do avô de Egas Moniz, o
“Rafael da Quinta do Carril”.
O coordenador da comissão
executiva, Jorge Cid, apela à participação de todos os Alcofrenses na
concretização destas iniciativas, referindo que “esta é uma oportunidade para
perpetuar na memória coletiva a figura ímpar do nosso primeiro Prémio Nobel e a
sua ligação afetiva à nossa região e às
pessoas de Alcofra, para muitos ainda desconhecida”.
O programa está a ser ultimado, sendo
oportunamente divulgadas as datas dos eventos.
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