Concluída a sua 1ª
fase, linha é estendida até ao final do ano e integrada numa estrutura de
projeto na Divisão de Ação Social
1449 ocorrências
registadas e 805 famílias apoiadas, de 23 freguesias do concelho, nos últimos
100 dias. São estes os principais números que resultam da 1ª fase de
implementação do programa e linha municipal de emergência social VISEU AJUDA,
que hoje chega ao fim.
A linha VISEU AJUDA,
criada por Despacho do Presidente da Câmara Municipal, em virtude da crise
económica e social gerada pela pandemia COVID-19, esteve em funcionamento
durante um pouco mais de três meses, desde o dia 23 de março, prestando apoio 7
dias por semana, entre as 9 e as 20 horas, a pessoas e famílias residentes no
concelho, em situação de carência, isolamento ou outra de emergência social.
“Em boa hora
colocámos em marcha este serviço de apoio extraordinário à nossa comunidade,
que permitiu uma resposta concertada, rápida e solidária, face às necessidades
vividas por muitas famílias e por muitos imigrantes neste período crítico da
pandemia COVID-19”, destacou o Presidente da Câmara Municipal de Viseu, António
Almeida Henriques, na sessão de balanço do projeto, que decorreu hoje, dia 30
de junho, na Mata do Fontelo.
Disponibilizar uma
resposta imediata para um conjunto de bens e serviços básicos, urgentes e
inadiáveis, nomeadamente de aquisição e/ou entrega de refeições, de
medicamentos e de compras de supermercado ao domicílio (alimentares e outras
essenciais), assim como assegurar reparações domésticas urgentes e o
agendamento de recolha de resíduos ao domicílio de pessoas infetadas pelo novo
coronavírus foram objetivos traçados e tipologias de apoio colocadas à
disposição da comunidade.
Constituída por uma
equipa multidisciplinar que envolveu 104 pessoas – entre as quais, 43
voluntários –, a linha VISEU AJUDA atendeu um total de 2737 chamadas, com vista
a dar resposta, em articulação com as Juntas de Freguesias e a Segurança
Social, às situações de emergência. O meio de contacto privilegiado foi o
número de telefone gratuito.
Ao longo deste
período, foram registadas um total de 1449 ocorrências, das quais 78% (1126)
tiveram “luz verde”, tendo justificado apoio social.
O acesso à linha revelou-se
mais acentuado no período compreendido entre 13 de abril e 14 de maio, no qual
se registou um total de 785 ocorrências.
Neste universo de
ocorrências, é de salientar os pedidos de apoio reincidentes das famílias, que
demonstraram necessidade em recorrer à linha mais do que uma vez. Apesar de
metade das famílias ter apenas registado uma ocorrência, 228 recorram à linha
duas vezes e 62 três vezes. Neste âmbito, foram definidas visitas às
habitações, especialmente após a 3ª ocorrência proveniente do mesmo agregado,
por forma a acompanhar e a permitir uma melhor caracterização das carências
económicas e sociais das famílias. Globalmente, foram realizadas 112 visitas
domiciliárias.
Este tipo de
intervenção permitiu sinalizar outras necessidades para lá daquelas prestadas
pelo VISEU AJUDA, tendo-se por isso revelado fundamental na sinalização de
casos de apoio prioritário e contínuo junto da Segurança Social. Das 805
famílias apoiadas, 385 foram indicadas pela equipa como sendo agregados com
necessidade de uma resposta prioritária do Estado, das quais, por sua vez, 110
justificaram a resposta de um programa de apoio da Segurança Social.
“A importância da
linha VISEU AJUDA excede os apoios sociais atribuídos diretamente e os méritos
de agilidade em tempos de crise que demonstrou. A existência desta linha
permitiu melhorar o conhecimento social do concelho e sinalizar à Segurança
Social centenas de famílias em situação de vulnerabilidade, não cobertas pelos
instrumentos de proteção social do Estado. Em 100 dias, pelo menos 110 passaram
a beneficiar de um apoio estruturado que não tinham. E haverá dezenas de casos
a aguardar análise”, declarou Jorge Sobrado, Vereador do Município com a
responsabilidade de coordenação da primeira fase do projeto.
Ainda numa análise às
famílias apoiadas, verificou-se que 376 têm crianças menores de idade,
constituindo-se como agregados com maior vulnerabilidade, assim como as
famílias com seniores, que representam 140 casos (20%).
Por outro lado, é
também de sinalizar que 33% das famílias beneficiárias são de nacionalidade
brasileira, uma comunidade que tem vindo a ganhar uma forte expressão no
concelho e cuja situação de mudança de residência e procura de emprego se
tornou particularmente difícil neste período de pandemia.
Olhando a componente
geográfica, apenas três das 25 Freguesias do concelho - Côta, Cavernães e
Santos-Êvos – não registaram qualquer tipo de acesso à linha VISEU AJUDA. Já as
Freguesias de Viseu, Abraveses e Rio de Loba lideram o topo dos territórios com
mais situações de emergência social.
De entre os cinco
serviços prestados pelo programa municipal, as compras de supermercado
representam cerca de 84% dos pedidos de apoio realizados, seguindo-se as
compras de medicamentos, em cerca de 14%, e o fornecimento de refeições, em 2%,
valores que expressam a dificuldade de acesso a bens essenciais numa altura
crítica da pandemia. Só estes apoios representaram um investimento de 107.500
euros.
A implementação do
projeto VISEU AJUDA permitiu constatar uma certeza há muito conhecida e
defendida pelo Presidente da Câmara Municipal: a descentralização da área
social, passando esta a constituir uma competência dos municípios. “Há uma
evidente necessidade de reforma e modernização do sistema da Segurança Social,
tornando-o mais próximo, mais ágil e mais integrado com as autarquias locais –
municípios e freguesias”, sublinhou António Almeida Henriques.
A partir de amanhã, 1
de julho, e integrada no programa municipal “VISEU INVESTE +”, a linha e
programa VISEU AJUDA continuará em funcionamento – até ao final deste ano -,
passando a integrar uma estrutura de projeto dentro da Divisão de Ação Social
do Município, sob a coordenação da Vereadora com o pelouro da Ação Social,
Cristina Brasete.
“A experiência dos últimos
cem dias dá-nos uma visão mais clara sobre o que há a fazer no plano social
local e sobre o que poderá ser o agravamento dos efeitos sociais da crise”,
sublinhou a Vereadora.
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