POR; Ana Carolina Gomes
A Câmara Municipal de Viseu, na
forma do seu executivo atual, atingiu novos rankings,
mas daqueles que vão ignorar pois não cumprem os critérios do marketing vangloriador atual.
Depois de ontem, dia 25 de
novembro, se ter assinalado internacionalmente o Dia Pela Eliminação Da
Violência Contra as Mulheres, em Viseu, através da construção de um memorial em
homenagem às trinta mulheres assassinadas até ao momento em 2020 em Portugal,
funcionários da autarquia removeram o mesmo esta manhã.
Tudo isto ocorre quando, vamos
expor os factos: cumprindo o que a Lei manda, a Plataforma Já Marchavas,
promotora da iniciativa, informou o Ex.mo Sr. Presidente Dr. Almeida Henriques
da instalação do memorial, da manutenção do mesmo até dia 10 de dezembro, do
objetivo do mesmo, da localização exata do mesmo e, num ato de boa fé,
garantindo que em nada impediria a utilização habitual do espaço em que se
insere (Rossio).
Tudo isto ocorre depois de, apesar
de dois e-mails solicitando resposta sobre um pedido específico para realização
da ação, cedendo um ponto de acesso a luz elétrica existente no local, a Câmara
não ter aproveitado a oportunidade de responder, nem que fosse negando essa
ajuda, ou, se a ação era assim tão incomodativa, tentar uma “negociação”. Há
menos de dois meses, para um pedido semelhante, a resposta foi pronta para o
negar, alegando o mesmo ter sido feito com pouca antecedência.
Tudo isto ocorre sem qualquer
informação, comunicação ou aviso, por qualquer meio, à Plataforma ou às três
pessoas que assinaram o aviso formal da ação, disponibilizando à autarquia a
sua morada, e-mail e número de
telemóvel.
Mas, acima de tudo, isto ocorre
em total desrespeito pelas Mulheres, pelas Mulheres vítimas de violência, pelas
trinta Mulheres que este ano já foram silenciadas e que foram homenageadas
através do memorial, friamente, violentamente, removido pela autarquia
viseense. Através deste ato, a Câmara de Viseu, adornada em fogo de artifício e
luminárias natalícias, revela-se, apesar de toda a sua esplendorosa fachada,
agressora, machista, superficial e autoritária.
A Praça da República, também
conhecida como Rossio, não é da República, não é da cidadania, da Democracia,
das causas ou do povo. A Praça da República, que ninguém se engane, é o salão
de baile dos interesses e bem pareceres, com laivos ditatoriais e censórios, da
estética e política opressora do executivo da Câmara Municipal de Viseu!
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