Vandalismo ou arte. O graffiti, ainda hoje, tem
dificuldade em se descolar da sua origem marginal. Surgiu nos bairros
estigmatizados dos Estados Unidos da América (Nova York), nos anos 70.
Intimamente ligado à cultura/ movimento HIP HOP, o graffiti desenvolveu-se nos
ghettos e bairros mais pobre americanos. Este fenómeno chega ao Velho
Continente (Paris) nos anos 80 e rapidamente deflagra por toda a Europa,
chegando a Portugal no final dessa década.
Foi em
Carcavelos que se desenvolveram as primeiras Krew de graffiti com incursões
ilegais em paredes e comboios. Estigmatizados e associados ao vandalismo e
delinquência os Writers (grafiteiros) assumem uma forma muito própria de estar
na sociedade, muitas vezes, vista, ainda, com algum preconceito. Usam a sua
arte como contracultura. A tentativa de transgressão e crítica à sociedade
vigente, aos problemas sociais dos meios urbanos, ainda hoje se assume como
caraterística dominante do graffiti.
Dos tags, uma forma de marcação de território, através
da repetição incessante do nome do Writer, o graffiti pode assumir, também, uma
vertente mais artística – arte urbana.
Alguns writers da primeira geração de graffiti, como
Nuno Reis – Nomen, abandonaram o bombing (ilegal) e optaram por trabalhos mais
comerciais, Wall of fame (legal). Conquistando a admiração e lugar na sociedade
enquanto protagonista de arte urbana.
Numa tentativa de dar uma nova roupagem ao pavilhão
desportivo de São Vicente de Lafões, o Presidente da Junta, Nuno Pinhão, com o
apoio do Município de Oliveira de Frades, convidou dois Writers, Ricardo Santos
e Rafael Claro, para grafitar este espaço lúdico desportivo.
Ekun, Ricardo Santos, pertence à segunda geração de
graffiti de Carcavelos, berço do graffiti em Portugal. Natural de Oeiras
cresceu nas ruas de Oeiras e Carcavelos a ver os trabalhos de Nomen e Exas,
entre outros. Conta com 23 anos de experiencia. Começou a grafitar de forma
ilegal, nas paredes e vedações de autoestradas, mas, nos últimos 10 anos tem
dinamizado várias atividades no Município de Ílhavo, onde reside atualmente.
Sure, Rafael Claro, com um futuro promissor na arte do
spray, conta já com 6 anos a grafitar. Natural de Estarreja, iniciou-se,
também, na ilegalidade, transformando paredes em telas.
Esta iniciativa tem por objetivo promover e divulgar a
arte do graffiti entre a população local, contribuindo para a valorização desta
expressão artística. O graffiti e a arte urbana assumem-se, na atualidade, como
uma atração turística de âmbito internacional.
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