O Bloco de Esquerda tem denunciado
desde 2018 a poluição da ribeira de Dardavaz. Após as sucessivas comunicações e
perguntas a diferentes entidades locais e nacionais, conseguimos ver reduzida a
intensidade das descargas através dos colectores das águas pluviais, mas não as
da ETAR. No entanto ambas continuam.
Este é mais um caso de óbvio desleixo das
autoridades locais, visto que as fontes de poluição têm origem tanto em
empresas privadas, como numa ETAR pública. Lembramos as declarações do
Presidente da Câmara Municipal de Tondela que dizia que a espuma era natural e
formada pelo bater da água nas rochas.
As descargas ilegais são feitas através dos
coletores de águas pluviais da Zona Industrial da Adiça, bem como das águas
rejeitadas pela ETAR da mesma zona industrial. As populações sempre temem as
chuvas, que atualmente são aproveitadas para mascarar uma contaminação regular e fatal para toda a
região!
O Bloco de Esquerda questionou o Director do
SEPNA acerca das diligências tomadas
para punir os prevaricadores, tendo em conta a regularidade das descargas; se
se têm repetido as averiguações e se tem conhecimento de alguma diligência
adicional da APA-ARHC; se já tem conhecimento dos resultados das análises à
água realizadas pela APA-ARHC há cerca de 8 meses; se foram realizadas novas
análises e se poderão ser realizadas análises às águas subterrâneas.
No início do ano de 2019 o Bloco de Esquerda,
realizou análises às águas que comprovaram que “…claramente as duas águas
(riacho e poço) são impróprias para consumo quer humano quer animal uma vez que
existe uma elevada contaminação bacteriológica nos dois sistemas." O SEPNA
informou-nos da realização de análises oficiais pela APA-ARHC cujo resultado
continuamos a aguardar.
A mencionada ribeira desagua no Rio Criz,
curso que tem captações para consumo humano, que por sua vez, é um afluente do
Rio Dão, junto à Albufeira da Aguieira, um dos locais de captação de água para
consumo humano do sul do distrito de Viseu e de vários concelhos do distrito de
Coimbra.
Preocupam-nos as consequências da contaminação
da água desta ribeira, o consumo por animais, ou no seu uso nos campos
agrícolas, bem como o desconforto e afastamento provocado pelo mau cheiro, a
contaminação dos solos e a destruição dos ecossistemas próximos.
No dia 21 de Setembro no Largo do
Tanque, em Dardavaz, às 17 horas, vamos falar com a população e com quem
pretenda esclarecimentos sobre a água, como a usar e proteger enquanto recurso
natural, que tanto tem de escasso como de essencial. A conversa é acompanhada de um lanche
partilhado.
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