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sexta-feira, 2 de março de 2018

Conclusões do estudo Vouzela Ativo III foram apresentadas no dia 24 de fevereiro


Depois de uma década a acompanhar o crescimento e o nível de atividade física dos alunos do concelho, o estudo Vouzela Ativo terminou com a apresentação, no dia 24 de fevereiro, do terceiro trabalho desenvolvido em parceria pela Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, agrupamentos de escolas de Vouzela, Escola Profissional, Santa Casa da Misericórdia, Centro de Saúde e Câmara Municipal.

A primeira e a segunda fase, decorridas entre 2007 e 2012, foram vocacionadas para o mapeamento da população infanto-juvenil, entre os 7 e os 18 anos de idade, envolvendo o estudo das variáveis: crescimento físico, competências físico-motoras, fatores de risco cardiometabólico, influência e infraestruturas e equipamentos de lazer desportivo e suas relações, bem como a pesquisa sobre várias manifestações de marcadores de saúde das famílias vouzelenses.

A terceira fase do Vouzela Ativo começou no ano letivo de 2013-2014, com o objetivo de descrever e interpretar, ao longo de três anos consecutivos, a dinâmica relacional entre crescimento físico, desempenho motor e cognitivo das crianças do pré-escolar e do 1º ciclo do ensino básico, tendo estado envolvidas 1.188 crianças.

O estudo foi apresentado pelos investigadores da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto José Maia, Sara Pereira, Ana Reys e Thayse Gomes, pela enfermeira Carla Figueiredo da Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados de Vouzela e por Pedro Lajas, psicólogo do Agrupamento de Escolas de Vouzela e decorreu no âmbito do seminário “Percurso Ativo – Uma Década de Desenvolvimento”.


Estudo conclui que crianças vouzelenses têm, em média, níveis de atividade física moderada a vigorosa superior aos de outros países

São muitas as conclusões do estudo por força, também, das muitas variáveis que os investigadores se propuseram estudar.

A nível do crescimento físico foi possível concluir que as crianças vouzelenses crescem “normalmente”, tal como esperado, e em consonância com valores da literatura nacional e internacional. Contudo, os valores do peso e do índice de massa corporal são mais elevados que os reportados pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O número de crianças vouzelenses que nasce com baixo peso (<2500g) é de 7,4% e inferior à média nacional (9%). As crianças que nasceram com baixo peso são mais baixas e mais leves do que as que nasceram com peso normal.

Já a variável composição corporal diz que, em geral, há uma redução da percentagem de gordura corporal ao longo da idade, sobretudo nos meninos. A frequência de crianças com sobrepeso/ obesidade é superior a 20%. Aproximadamente em cada dez crianças vouzelenses há duas que têm sobrepeso ou são obesas. A prevalência de crianças vouzelenses com sobrepeso/ obesidade é maior do que a que ocorre em cinco regiões do continente e regiões autónomas. As meninas são o maior grupo de risco de sobrepeso/ obesidade.

Já na variável aptidão física, o estudo concluiu que, em geral, os meninos são fisicamente mais aptos do que as meninas. Contudo, as meninas têm valores de aptidão física superiores aos seus pares portugueses e de outros países. Os rapazes não. Meninos e meninas têm uma tendência para a manutenção da estabilidade dos níveis de aptidão física ao longo da idade.

Ao nível da coordenação motora, as principais conclusões apontam para que crianças mais ativas, e mais aptas fisicamente, tendem a ser mais coordenadas. O índice de massa corporal das meninas não influencia a sua coordenação motora. Contudo, nos meninos, quanto maior for o índice de massa corporal menor será o seu desempenho coordenativo. As meninas têm valores inferiores de coordenação motora comparativamente aos meninos.

Relativamente à atividade física, o estudo conclui que, em média, os meninos cumprem com as recomendações da OMS de realizar, diariamente, 60 minutos de atividade física moderada a vigorosa. As meninas estão muito perto de as cumprirem, também em termos médios. Quando consideradas individualmente, apenas 50% das meninas cumpre diariamente a recomendação de ter 60 minutos de atividade física moderada a vigorosa; nos fim de semana a percentagem é inferior a 50%. Os meninos e as meninas vouzelenses têm, em média, níveis de atividade física moderada a vigorosa superior aos de outros países.

Sobre a variável desenvolvimento cognitivo- inteligência foi possível concluir que, no que à inteligência diz respeito, as crianças vouzelenses que constituíram a amostra do estudo são tão inteligentes e adaptadas aos seus contextos de vida, como os seus pares a nível nacional. Em termos de género, os rapazes evidenciam, grosso modo, melhores resultados do que as raparigas, ao longo do desenvolvimento infantil.





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