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terça-feira, 14 de maio de 2019

Pavilhão desportivo de São Vicente de Lafões Trabalho em Graffiti Ekun (Ricardo Santos) | Sure (Rafael Claro)



Vandalismo ou arte. O graffiti, ainda hoje, tem dificuldade em se descolar da sua origem marginal. Surgiu nos bairros estigmatizados dos Estados Unidos da América (Nova York), nos anos 70. Intimamente ligado à cultura/ movimento HIP HOP, o graffiti desenvolveu-se nos ghettos e bairros mais pobre americanos. Este fenómeno chega ao Velho Continente (Paris) nos anos 80 e rapidamente deflagra por toda a Europa, chegando a Portugal no final dessa década.

 Foi em Carcavelos que se desenvolveram as primeiras Krew de graffiti com incursões ilegais em paredes e comboios. Estigmatizados e associados ao vandalismo e delinquência os Writers (grafiteiros) assumem uma forma muito própria de estar na sociedade, muitas vezes, vista, ainda, com algum preconceito. Usam a sua arte como contracultura. A tentativa de transgressão e crítica à sociedade vigente, aos problemas sociais dos meios urbanos, ainda hoje se assume como caraterística dominante do graffiti.

Dos tags, uma forma de marcação de território, através da repetição incessante do nome do Writer, o graffiti pode assumir, também, uma vertente mais artística – arte urbana.

Alguns writers da primeira geração de graffiti, como Nuno Reis – Nomen, abandonaram o bombing (ilegal) e optaram por trabalhos mais comerciais, Wall of fame (legal). Conquistando a admiração e lugar na sociedade enquanto protagonista de arte urbana.

Numa tentativa de dar uma nova roupagem ao pavilhão desportivo de São Vicente de Lafões, o Presidente da Junta, Nuno Pinhão, com o apoio do Município de Oliveira de Frades, convidou dois Writers, Ricardo Santos e Rafael Claro, para grafitar este espaço lúdico desportivo.

Ekun, Ricardo Santos, pertence à segunda geração de graffiti de Carcavelos, berço do graffiti em Portugal. Natural de Oeiras cresceu nas ruas de Oeiras e Carcavelos a ver os trabalhos de Nomen e Exas, entre outros. Conta com 23 anos de experiencia. Começou a grafitar de forma ilegal, nas paredes e vedações de autoestradas, mas, nos últimos 10 anos tem dinamizado várias atividades no Município de Ílhavo, onde reside atualmente.

Sure, Rafael Claro, com um futuro promissor na arte do spray, conta já com 6 anos a grafitar. Natural de Estarreja, iniciou-se, também, na ilegalidade, transformando paredes em telas. 

Esta iniciativa tem por objetivo promover e divulgar a arte do graffiti entre a população local, contribuindo para a valorização desta expressão artística. O graffiti e a arte urbana assumem-se, na atualidade, como uma atração turística de âmbito internacional.

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